É interessante ouvir sobre as movimentações, os eventos, as oportunidades que surgem. Mas, como sempre, o ponto crucial é entender onde a questão realmente “pega” para cada um. O que você tem visto ultimamente que chama sua atenção?
Explorando decisões e receios
Você menciona uma nova vaga de gerente e sua decisão de não se candidatar. É legítimo avaliar o momento, a clareza da posição, o alinhamento com seus interesses (gostar mais da aposição atual do que dos processos do novo cargo, por exemplo). Você pode apontar a necessidade de desenvolver habilidades e que a falta de confiança na nova área como um fator impeditivo. Isso faz sentido.

No entanto, vamos refletir um pouco mais. Você não se sente capaz agora? Entendo a lógica da coerência: “não estou apto ainda, então não vou”. Está perfeito, não há erro nisso. Mas, qual a raiz mais profunda dessa sensação? O que poderia dar errado se você assumisse a posição? Não conseguir performar, ser desligado. E quais as consequências disso? Perder o emprego, o dinheiro, ter que vender bens, limitar sua capacidade de trânsito.
Neste caso específico, seria a perda do emprego e tudo que se desencadeia a partir daí.
Isso é medo. Mas, pergunto novamente, medo de quê, exatamente? Qual é o lugar que você teme alcançar?
É uma insegurança, você pode dizer. Sim, mas insegurança é um nome que damos ao medo. Medo de errar, de não dar certo, de falhar. E por que esse medo de errar? Ele se liga ao medo da rejeição, de não ser aceito?
Explorando decisões e receios
Você menciona uma nova vaga de gerente e sua decisão de não se candidatar. É legítimo avaliar o momento, a clareza da posição, o alinhamento com seus interesses (gostar mais da aposição atual do que dos processos do novo cargo, por exemplo). Você pode apontar a necessidade de desenvolver habilidades e que a falta de confiança na nova área como um fator impeditivo. Isso faz sentido.
No entanto, vamos refletir um pouco mais. Você não se sente capaz agora? Entendo a lógica da coerência: “não estou apto ainda, então não vou”. Está perfeito, não há erro nisso. Mas, qual a raiz mais profunda dessa sensação? O que poderia dar errado se você assumisse a posição? Não conseguir performar, ser desligado. E quais as consequências disso? Perder o emprego, o dinheiro, ter que vender bens, limitar sua capacidade de trânsito.
Neste caso específico, seria a perda do emprego e tudo que se desencadeia a partir daí.
Isso é medo. Mas, pergunto novamente, medo de quê, exatamente? Qual é o lugar que você teme alcançar?
É uma insegurança, você pode dizer. Sim, mas insegurança é um nome que damos ao medo. Medo de errar, de não dar certo, de falhar. E por que esse medo de errar? Ele se liga ao medo da rejeição, de não ser aceito?
O ‘eu’ oculto e a blindagem
Todos nós temos um medo de errar. Já falamos sobre isso. Muitas vezes, para nos sentirmos menos incompetentes diante de um desafio que nos parece grande demais, arrumamos justificativas. Acreditamos não ser capazes e sofremos com isso. Só vamos saber se estamos prontos ou não indo lá e fazendo. É um risco.
Essa hesitação pode estar ligada a algo mais profundo. Vou propor uma imagem: existem talvez duas realidades paralelas aí dentro. Uma é esse “você” que gerencia, que controla, que tem cautela, que assume a frente porque acredita saber o caminho e teme que um outro “você” cause problemas. Esse seu outro “eu” você trancou num porão, num calabouço. Ele representa partes suas das quais talvez você tenha vergonha, por motivos que são compreensíveis, mas devem ser explorados.
Esse “eu” oculto quer viver, mas só tem direito a “saidinhas” esporádicas. Quando algo dá errado, ou quando alguém de fora (um amigo, parente, cônjuge etc.) o expõe, você o culpa e rapidamente o tranca de novo.
Em outras palavras: Você se blindou!
A provocação que faço é olhar para essa blindagem. Quanto mais rígida ela for, maior o risco de um rompimento que pode não deixar cacos para juntar. Não é o que eu quero que aconteça, é apenas uma observação. A ideia é soltar mais esse “eu” do porão, permitir que ele se integre. Assim, a blindagem se torna menos necessária.
Consciência, presente e a busca pelo ‘eu’
Você pode se interessar por estudos sobre muitas coisas em busca de entendimento. Pode ser realmente fascinante. Mas, para nosso trabalho na terapia, a utilidade disso precisa ser clara.
Se o objetivo é autoconhecimento, ótimo. Mas precisamos, primeiro, conhecer esse “eu” com quem estamos em conflito. Você nem conhece direito esse que chama de ‘eu’ e que tanto te envergonha. Esse ‘eu’ que você não conhece talvez seja justamente aquele que tem o que você precisa.

Não há nada que você não tenha conseguido quando quis verdadeiramente. Mas quem é esse “eu” que quis e conseguiu? Quem é esse “eu” que tem seu nome? E onde está o medo de errar? Esse medo é seu mesmo? Quem é esse que diz “meu” medo é…?
Nem sempre sabemos por que fazemos nossas escolhas. Gostamos de acreditar que somos nós que decidimos, mas será mesmo?
O silêncio e o ser
Aqui entramos em um nível mais profundo. Não tente explicar “quem é esse eu” com teorias. A resposta vem na no silêncio da consciência.
O “ser” está onde você não pensa. Quando você pensa sobre si, você já não é, você passa a ser sua consideração sobre si, sua identificação. No silêncio, você apenas é.
Então, por que raios temos essa necessidade constante de nos explicar? Personificar a experiência?
Faça esse questionamento e siga nessa rota.
A consciência é inexplicável, assim como Deus. Tentar explicar Deus já o limita, já não é mais Ele. É a armadilha da racionalidade tentando abarcar o que está além dela.
Portanto, não tire da mira as perguntas: Quem é esse “eu”? E se eu existo e não preciso de explicação, por que tenho que ficar me explicando o tempo inteiro?
Esse é um assunto que aperta um pouco. Vamos ver como isso reverbera nesse “você”.
Palavras-chave: autoconhecimento, medo, insegurança, identidade, ser, consciência, silêncio, terapia, reflexão, potencial.